Após um longo tempo de esquecimento, o blog "Comentário Cultural", volta a campo com o intuito de sempre: comentar a música como uma identidade cultural. Na grande maioria das poucas vezes que houve a oportunidade de escrever, focamos a Música Popular Brasileira, numa tentativa de divulgar para os leitores, a boa música e os novos nomes da música brasileira que por motivos diversos deixam de ser lembrados no nosso país.
A postagem de hoje visa mostar um panorama sobre as novas divas da MPB, que vem se destacando de uma maneira mais visivel na Europa, o que deixa claro o descaso que as gravadoras brasileiras tem com a boa música ouvida por poucos.
Através de pesquisas e de indicações de amigos, pude apreciar grandes interprétes da música brasileira, e de uma maneira simples, venho expôr tudo o que pude guardar sobre caracteristicas gerais de algumas cantoras.
Maria Rita, já muito conhecida no cenário musical brasileiro, muitas vezes é comparada a sua mãe Elis Regina, mas, arrisco-me a dizer que sua voz é de uma peculiaridade sem fim, assim como, seus movimentos, não podemos negar a clara semelhança, mas, dizer que ela está fazendo uma imitação, significa ignorar seu talento nato, além de que, seu estilo envolvente de cantar, a emoção que ela passa na música e seu timbre de voz são elementos ímpares; é obvio que há influência de Elis, afinal de contas era sua mãe, mas, não devemos nos amarrar a preguiça de exercitar um pouco mais nossos ouvidos, reconhecendo dessa maneira a singularidade do timbre de Maria Rita.
Mariana Aydar, tem um ritmo mais brasileiro, puxando sua música muitas vezes pra levada do Samba, uma voz suave, porém forte, com um talento incrível de pular de tons baixos para tons altos sem nenhum esforço. Em seu ultimo CD, interpretou grandes sucessos da MPB, como "Zé do Caroço", "Vento no Canavial", "Menino das Laranjas". Fez sucesso no exterior por muito tempo e não teve muita divulgação no Brasil, mas, há pouco tempo fechou contrato com uma gravadora nacional.
Céu, voz maravilhosa, um pouco mais aguda, mas, com muita personalidade, traz um vigor maior à música, traz nas melodias um ritmo mais alegre, sem deixar de lado canções mais calmas. Além da excelente música, as composições não ficam esquecidas, a qualidade das letras, a inteligência que são colocadas as palavras torna a música e a letra uma mistura homogênea.
Cibelle, traz consigo um estilo diferente, o que seria realmente uma "nova" bossa nova. Letras de qualidade, porém o que chama mesmo a atenção são os sons trazidos nas canções, é uma levada de bossa nova com a inserção de sons eletrônicos, que acrescenta um tempero diferente a "velha" bossa nova dos tempos de João Gilberto. Muito reconhecida na Europa; seus CD's são vendidos no Brasil como importados. Não há lógica nisso, comprar um CD de MPB no Brasil pagando preço de importado!!!
Bruna Caram(foto), com sua voz doce já busca seu espaço no Brasil, porém essa diva também é muito ouvida na Europa, e no Brasil seu CD também é achado nos sites como importado. Voltando para a música, Bruna Caram traz nas suas músicas, letras que falam de cotidiano, parece observar cada movimento durante o dia e colocar o melhor no papel, quando se escuta suas músicas, sente-se um ar de intimidade, algo como se você tivesse alguma relação de amizade com a cantora.
Ana Cañas, letras que falam muito de amor, porém com grande personalidade, uma facilidade muito grande de viajar nas notas, usa sua voz como quer, fazendo em certas ocasiões sua voz se misturar ao som dos instrumentos. Como a grande parte das cantoras que citei aqui, tem pouco reconhecimento no Brasil, porém muito ouvida na Europa.
Marina de La Riva, intérprete que merece uma atenção especial, pois, pelo motivo de ser filha de um cubano, foi fortemente influenciada pelas músicas populares da terra de Fidel. A maioria esmagadora de suas músicas são cantadas em espanhol, com uma pegada latinoamericana, tem uma voz muito agradável aos ouvidos(na minha visão porém, com pouca força). Um das faixas de seu útimo CD, tem a participação mais que espeical de Chico Buarque, a música se chama "Ojos Malignos".
Esperando ter atendido as expectativas, termino aqui essa tentativa de ajudar a espalhar nossa identidade cultural real (que é a MPB) em relação à música. Vamos tentar revitalizar a boa música no Brasil, temo perder a esperança nisso um dia, mas, enquanto esse dia não chegar, vou me aventurar em escrever esperançoso que alguém leia e escute uma música, ou um interprete citado aqui. Acabada a leitura, veja qual das divas lhe interessou mais, e faça um bem para seus ouvidos, a música não pode parar.
